Há uma linha tênue entre a contratação NECESSÁRIA e a contratação OPCIONAL de um Arquiteto ou Engenheiro. Existem obras de todos os tipos, tamanhos e gostos, não é mesmo? E para cada situação, uma realidade diferente. Algumas (ou várias) vezes essa contratação é indicada, mas não obrigatória.
Para não errar há uma regrinha para nos ajudar: serviços básicos de manutenção não exigem a contratação de um arquiteto ou engenheiro, como por exemplo: “Trincou uma pedra do meu piso e vou trocar somente aquela”, não há segredo nesse serviço, não haverá mudança de peso naquela laje, não haverá a possibilidade de alteração de nenhum elemento estrutural, simplesmente será trocada uma peça por outra semelhante, portanto não é um serviço que acarreta riscos, sendo assim a contratação não é obrigatória.
Porém, se no momento da manutenção acabarmos por nos inspirar pelo “Jaquê” (sabe?), a história muda de figura: “JÁ QUE vamos trocar essa peça do piso, porque não trocarmos o piso todo?”, “JÁ QUE vamos trocar o piso, porque não também modernizarmos um pouco essa cozinha?”, “JÁ QUE vamos reformar a cozinha, porque não aproveitar a obra e integrá-la com a sala?”. Perceba que a obra deixou de ser uma simples manutenção e tornou-se uma melhoria, estas exigem análises técnicas de viabilidade, e é justamente aí que entra a responsabilidade de um arquiteto ou engenheiro.
Ok! Já entendemos bem quando uma OBRA precisa ou não do acompanhamento de um profissional técnico, mas…E o PROJETO? Este deve ser realizado somente por profissionais (Não, você que cresceu fazendo casas lindas no The Sims não conta, tá?). Toda obra precisa de um projeto? – É o indicado, mas não obrigatório!
Projetos de obras ou reformas trazem mais segurança, além de servir de base para o investimento total
Sempre quando decidimos fazer algum investimento, como a compra de um carro por exemplo, antes fazemos algumas análises, calculamos qual valor que temos de sinal, quanto podemos investir por mês, qual modelo de carro será o mais adequado ao nosso estilo de vida, entre tantos outros detalhes. Isso se chama “planejamento”, em obras e reformas este “planejamento” é mais conhecido como “PROJETO”! Somente com um “projeto” em mãos podemos quantificar com mais precisão todos os materiais a serem comprados, somente com o “projeto” podemos definir o cronograma ideal de obras, somente com o “projeto” é que garantimos uma obra assertiva e funcional, consequentemente econômica.
Mas há também situações onde o projeto é obrigatório, são as reformas que contarão com acréscimos ou decréscimos de área construída e construções que começarão do zero. Em ambas as situações, antes de colocarmos a “mão na massa” precisaremos obrigatoriamente aprovar o projeto do serviço que será executado (reforma ou construção) na prefeitura do município onde se encontra o empreendimento. Neste momento é bom frisar aqui (e desmistificar) algo que escuto há anos: “Somente engenheiros podem assinar estas plantas de prefeitura”, ou “Arquitetos só podem assinar plantas de até 100m²”, entre tantas outras invenções e outros padrões de medidas que inventaram por aí e que muitos acreditam até hoje. Não, isso não é real. Tanto arquitetos quanto engenheiros podem assinar projetos de residências em prefeituras, porém há duas responsabilidades distintas assumidas naquele documento, uma é a responsabilidade sobre o projeto e outra sobre a obra, ambas podem ser assinadas pelo mesmo profissional (Arquiteto ou Engenheiro) ou por profissionais distintos, de acordo com as necessidades e preferências do proprietário da residência.
Para cada necessidade, um profissional diferente
Até então, em todas as situações descritas neste texto, citamos a possibilidade de contratação tanto de arquitetos quanto engenheiros, mas eis a dúvida que não quer calar: “Devo contratar um Arquiteto ou um Engenheiro”? A resposta é: Depende!
Estamos falando de profissionais e serviços completamente diferentes, cada um tem sua “função”, cada um é mais adequado para cada tipo ou etapa de projeto e obra. Em resumo, arquitetos preocupam-se com a relação da casa com quem a habitará, ou seja, arquitetos projetam com o foco no conforto, na praticidade, na funcionalidade, na estética, nas necessidades e sonhos de quem vai viver naquele espaço, além de prever em projeto os materiais e formas de aplicação mais adequados para a economia e praticidade da obra.
Engenheiros projetam com o olhar técnico, focado na viabilidade da obra, racionalização do espaço e bom funcionamento da infraestrutura do empreendimento. Parece confuso né? Mas é simples! Engenheiros fazem os cálculos estruturais, dimensionam toda a rede hidráulica, elétrica e outros detalhes técnicos, garantindo o uso dos materiais adequados na obra. E os arquitetos têm o foco na relação humana das pessoas com aquele espaço construído.
Para decidir qual profissional contratar, ou optar por contratar ambos, analise qual é a necessidade da sua obra. Por exemplo, se sua obra for uma reforma com foco estritamente técnico (reforço estrutural ou modernização da rede elétrica por exemplo) você poderá partir direto para a contratação de um engenheiro. Mas se sua obra contará também com a readequação de espaços, projetos de novos ambientes, ou até uma construção inteira que começará do zero, neste caso o primeiro a ser contratado deve ser o arquiteto. Este fará o projeto arquitetônico de acordo com as suas necessidades técnico-econômicas e funcionais, planejará cada cantinho com conforto e beleza.
Após a aprovação do projeto arquitetônico, se necessário (ou seja, se for um projeto para a construção de algo novo ou uma reforma que impacte em questões estruturais, elétricas, hidráulicas, de condicionamento de ar ou prevenção de incêndios, entre outras) o engenheiro deverá ser contratado para o projeto detalhado destas questões técnicas específicas, que escapam do conhecimento do arquiteto, e que são conhecidas como “projetos complementares”. Estes devem ser definidos numa parceria arquiteto-engenheiro.
Finalmente, com todos os projetos em mãos, inicia-se a etapa de obras! O mais indicado é que a obra seja administrada pelo profissional que realizou o projeto arquitetônico, já que este tem o conhecimento amplo sobre cada detalhe projetado para aquela construção, e contar também com algumas vistorias do engenheiro que realizou os projetos complementares para a revisão das questões técnicas projetadas por ele.
Seguindo essas dicas, com a contratação de bons profissionais, sua obra (seja ela uma reforma ou construção) com certeza será muito mais objetiva, limpa, funcional, rápida e econômica.
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