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O SEGREDO DO D.I.Y. (OU FAÇA VOCÊ MESMO)



  • Você se vê em todos os cantos da sua casa?

  • Você sente a presença das pessoas que moram com você mesmo quando elas não estão?

  • Você se identifica com os seus espaços? Ou é como se morasse em uma casa bonitinha, só que de outra pessoa?

  • O que, na sua casa, de fato te faz se sentir pertencente a ela?


Se você conseguiu responder a essas perguntas de forma positiva, arrasou! Mas, se não, e se você tem criatividade (ou pelo menos um talento com artes manuais)…O D.I.Y. (ou “Faça você mesmo”) pode ser a solução para melhorar isso!



O EFEITO DO D.I.Y. NO NOSSO CÉREBRO


Normalmente a “brincadeira” do DIY (ou Faça você mesmo) é econômica, sustentável e terapêutica. Mas existem outros detalhes que passam despercebidos quando optamos por esse método na decoração, estes impactam muito nossas vidas dentro dos ambientes personalizados. Para que possamos entender melhor esse funcionamento, que se inicia na forma como percebemos os espaços e o codificamos através do nosso cérebro, segue uma linha de raciocínio:


Nós, seres humanos, possuímos uma necessidade básica de nos sentirmos pertencentes, seja a um grupo, a um local, a uma situação ou a qualquer outra questão. Queremos “fazer parte”, queremos nos identificar. Essa conexão que procuramos entre nós mesmos é fundamental para uma vida mais satisfatória e saudável, e é diretamente relacionada à questões de evolução da nossa espécie, ou seja, essa “sensação de pertencimento” é uma necessidade inata do ser humano, e é isso, somos assim, teremos que conviver com isso!


Atenção! Ser pertencente não é simplesmente “fazer parte”, ter seu nome na listinha ou entrar no grupo de whatsapp, o que estamos falando vai além: Pertencer é se identificar, compactuar, ter um pouco de você naquele lugar mesmo quando você não está lá, e levar um pouquinho daquele lugar com você pra onde você for. Sabe quando fazemos um passeio que gostamos e voltamos revigorados? Esse é um bom exemplo.




E onde entra a questão do DIY?


Entrar na sua sala e ver aquela mesinha que você pintou com aquele tom de vermelho que você custou a encontrar, lembrar dos momentos bons que você passou ali fazendo aquela “arte”, o gostinho de pensar “eu que fiz”, “Eu conheço cada defeitinho daquela mesa”, e tá tudo bem… Ninguém é perfeito, pq as coisas tem que ser? As coisas tem história! E o D.I.Y. tem a SUA história entrelaçada à história do objeto que você criou ou transformou. Aquela tal mesa vermelha nunca será só uma mesa vermelha, agora ela tem significado, percebe? Ela é a sua criatividade, seu gosto, suas referências, tudo isso materializado nela, tem VOCÊ nela. Investir em uma decoração D.I.Y. é um caminho sem volta para que sua casa seja a sua cara e seja uma extensão de você mesmo.


Outro ponto positivo do uso desse método é que você não precisa seguir essa mesma lógica no ambiente inteiro, ou na casa inteira. Não! Às vezes um vasinho que você fez pra alegrar um cantinho da sala já te faz olhar pra ele e se lembrar de quem você é, dos momentos bons que passou ali e se orgulhar do que fez. Percebe que já é um “empurrãozinho” para melhorar o ânimo do dia? Mesmo que seja um cantinho onde você só passa uma vez por dia… Mas são 365 doses extras de ânimo no seu ano!


E a gente acha que se acostuma com as coisas, né? Que passou um tempo e a gente até esquece, não repara mais…. É, de fato, pode ser que percamos aquele “encantamento inicial”, mas o seu cérebro codifica TUDO que você vê e sente, o tempo todo! E todo dia quando você olhar ou usar aquele seu objeto feito por você mesmo, essa informação estará lá, no seu cérebro, fazendo seu trabalho. Pode ser que passe despercebido, mas sim! Seu cérebro codifica tudo e promove as sensações consequentes daquilo que ele traduziu através do que recebeu dos seus 5 sentidos.



EFEITO REVERSO DO D.I.Y.


Como aqui estamos falando sobre os efeitos neurológicos do D.I.Y., é muito importante que também abordemos uma outra questão a ser trabalhada dentro de nós mesmos quando fazemos trabalhos manuais: DESAPEGUE DA PERFEIÇÃO! Os trabalhos artesanais não são perfeitos, não são feitos por máquinas, e justamente por isso são tão interessantes e únicos.

Se você for perfeccionista, se é alguém que se apega muito não só à questão da perfeição como também à expectativa de que seu trabalho saia incrivelmente idêntico ao que você planejou, o D.I.Y. pode não te trazer tão boas sensações assim. Apesar do DIY ser muito útil pra te fazer se sentir bem na sua casa, ele pode te trazer um efeito contrário se te trouxer lembranças de frustrações e momentos estressantes.


A ideia do D.I.Y. é justamente a de que quando olharmos para aquela peça, ou a usarmos, recebermos como consequência uma sensação de carinho, de orgulho, de felicidade. É como um presente que você deu a si mesmo, ou à sua casa, ou à sua família. Mas se você for apegado demais à perfeição, olhar para aquela peça vai te lembrar do defeitinho que você sem querer fez na pintura dela, ou do “trabaaaaalho” que foi fazer e desfazer aquilo mil vezes até atingir um alto nível de perfeição… Não! Só de pensar eu já fiquei cansada! Então, a nossa dica aqui é: Observe-se! Entenda qual é o seu perfil, adapte-se se for necessário. Tudo que você vê, e usa, na sua casa tem uma história, te lembra algo ou alguém, pode te lembrar o que você conquistou, onde você chegou, quem é você, quem são as pessoas que moram com você, porque vocês escolheram aquela peça, daquela cor, Porque colocaram ali… É lógico que não pensaremos nisso de forma racional o tempo todo, mas, sem que você perceba e de forma muito rápida, seu cérebro está codificando tudo e essas informações passam pela sua mente toda vez que através de um dos seus 5 sentidos você perceber aquele objeto ali. Essa percepção provocará sensações, afetará seu humor, e até a forma com que você usa seu espaço. É assim que o D.I.Y. vai te afetar! Ele com certeza terá muito mais história e significado do que qualquer objeto comprado por aí.


Ter um D.I.Y. que te orgulhe em casa, te faz ter um espaço que reflita seu estilo único, e assim te inspira confiança, te lembra da sua criatividade e do seu potencial. Viver em um lugar que reflete sua personalidade também pode te ajudar a se sentir mais realizado. Em 2011 um estudo feito com adolescentes, no artigo chamado “A necessidade de pertencimento e sintomas de saúde física aguda no início da adolescência”(BEGEN E TURNET-COBB, 2011) concluiu que aqueles que se sentiam em níveis mais elevados de pertencimento foram associados a uma menor incidência de sintomas na sua saúde física. Pois é, D.I.Y além de ser tudo aquilo de bom que você já sabia, ainda te trás saúde! Vamos fazer arte?



Quer saber mais a respeito?

Tivemos um bate papo interessantíssimo com alguém que montou seu apartamento com muito D.I.Y.! Ele nos contou sobre os prós, os contras, as alegrias e as dificuldades desta “aventura” (Como ele mesmo apelidou as suas artes!). Clique nos vídeos abaixo e divirta-se!





REFERÊNCIAS:

ARTIGO CITADO: Begen FM, Turner-Cobb JM. The need to belong and symptoms of acute physical health in early adolescence. J Health Psychol. 2012 Sep;17(6):907-16. doi: 10.1177/1359105311431176. Epub 2011 Dec 12. PMID: 22158854.

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